Introdução: Os dentes da criança normalmente erupcionam aos 6 meses de idade. Entretanto, dentes que surgem durante a vida intrauterina presentes no nascimento são denominados dentes natais. Já os dentes erupcionados de 30 a 45 dias após o nascimento são conhecidos como dentes neonatais. Os dentes prematuros possuem alta mobilidade, correndo o risco de serem deglutidos ou aspirados. Além disso, essa anomalia pode causar complicações na amamentação e ulceração na língua da criança. Objetivo: realizar uma revisão simples da literatura sobre a epidemiologia dos dentes natais e neonatais. Método: para tanto foram realizada por meio de artigos indexados nas bases de dados SciELO, PubMed e BVS, com os seguintes os descritores: dentes natais, odontologia e erupção dentária nos idiomas inglês, francês e português. Foram levados em consideração como critérios de inclusão foram artigos completos para compor a base bibliográfica, que respondessem a pergunta norteadora, ensaios clínicos, publicados entre os anos de 2005 a 2020. Como critérios de exclusão os artigos repetidos, in vitro, em animais, os que não apresentavam texto completo, bem como, àqueles que não respondessem à questão de pesquisa. Sendo assim foram encontrados oito que preencheram os requisitos. Resultados: Em uma análise com 17.829 crianças avaliadas, foi identificado que 27 apresentaram a anomalia, sendo 59% do sexo masculino e 41% feminino. A incidência dos dentes natais e neonatais foi de 1:660 crianças. Dentre as 27 crianças, foram encontrados 74% dentes natais e 26% neonatais. Quanto ao tipo de dente, 85% eram incisivos inferiores, 11% incisivos superiores e 4% outros. Em estudo realizado com 17.000 pacientes, foram 5 crianças detectadas com a erupção prematura, sendo 4 masculinos e 1 feminino com incidência de 1:3400. Foram encontrados somente 14 dentes, sendo 70% incisivos e 30% caninos. Foram encontrados 5 dentes na mandíbula e 9 na maxila. Outro estudo identificou dentes prematuros em 30 crianças de um total de 12.019, das quais eram 19 do sexo feminino e 11 masculino e 43 dentes natais e neonatais (3:1). Foram afetadas a região incisiva da mandíbula (97%) e a incisiva superior (2,4%). Conclusão: Os dentes natais e neonatais foram pouco encontrados entre as crianças, independente do sexo e excepcionalmente em algumas mulheres e apareceram também na região incisiva e arcada inferior. Recomenda-se a avaliação dos fatores de risco e decida qual o melhor tratamento para o paciente.
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